Pesquisa mostra que poluição está associada a danos ao feto
2005-02-18
A exposição à poluição do ar, mesmo quando ainda no útero, pode estar relacionada a mudanças genéticas associadas ao crescente risco de câncer, informaram pesquisadores, nesta quarta-feira (16/2).
Estas descobertas partem de um estudo feito na cidade de Nova Iorque por cientistas da Universidade de Colúmbia, acompanhando 60 recém-nascidos de mães não fumantes de locais de baixa renda, principalmente nos subúrbios de Harlem e Bronx.
A exposição a poluentes causada principalmente por escapamentos de veículos foi medida por monitores em forma de mochila usados pelas mães durante o terceiro trimestre de gravidez.
Quando os bebês nasciam, alterações genéticas eram mensuradas. Os pesquisadores concluíram que houve um aumento de aproximadamente 50% no nível de aormalidades genéticas persistentes entre bebês com altos níveis de exposição, conforme o autor do estudo, Dr. Frederica P. Perera, diretor do Centro Colúmbia para a Saúde Ambiental da Criança.
–Já sabíamos que os poluentes do ar reduzem significativamente o crescimento fetal, mas pela primeira vez tivemos evidências de que eles podem modificar cromossomos no útero, disse o Dr. Perera, acrescentando que o tipo de mudança genética que ocorre está associado, em outros estudos, ao aumento de risco de câncer.
O estudo foi publicado no Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention e é parte de um projeto de pesquisa iniciado em 1998 que examina os efeitos de exposição de mulheres grávidas e bebês a poluentes, pesticidas e à fumaça do tabaco. (NY Times, 17/2)