Professor vê Brasil beneficiado com Kyoto
2005-02-17
O Brasil pode se beneficar do Protocolo de Kyoto, segundo uma avaliação do professor Michael Grubb, do Imperial College de Londres, considerado um dos principais especialistas internacionais sobre o tema. - O Brasil teve um papel muito construtivo na negociação do protocolo e devido a suas características geográficas e econômicas deverá tirar vantagem das novas regras - declarou o professor. Grubb, que também é diretor da Carbon Trust, entidade ligada ao governo britânico e que ajuda as empresas desse país a reduzirem suas emissões de gases, observou que o Brasil, se comparado historicamente aos países ricos, é um emissor muito baixo de gases causadores do efeito estufa. Ainda conforme o professor, o país deverá se tornar um forte receptor de projetos dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto pelo tratado que entrou em vigor ontem. Esse dispositivo permite, entre outras coisas, a participação de países ricos em projetos ambientais sediados em nações em desenvolvimento, que não têm metas estabelecidas na redução das emissões. Os países ricos, que não conseguirem cumprir com suas metas de redução, poderão investir em projetos MDL de países como o Brasil, para assim aumentarem suas quotas de emissão por meio da obtenção de créditos de carbono. O Banco Mundial estima que o Brasil será responsável por uma fatia de cerca de 10% do mercado internacional de créditos de carbono, uma espécie de nova commodity nos mercados internacionais. Até 2008, esses créditos chegarão a 15 bilhões de dólares. (CP, 17/02)