Ambientalistas protestam em Washington quando Kyoto entra em vigor
2005-02-17
Ambientalistas estão planejando realizar protestos, em Washington, para marcar a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, que visa a amenizar o aquecimento global. A maioria dos países industrializados ratificou o protocolo, que promete diminuir as emissões dos gases de efeito estufa.
Foram 141 signatários, mas os Estados Unidos e a Austrália abstiveram-se de assinar, alegando razões econômicas.
O tratado entra em vigor 90 dias depois que a Rússia aderiu a ele, em novembro de 2004. A assinatura da Rússia foi vital, pois o país contribui com pelo menos 55% das emissões dos gases estufa.
Com o Protocolo de Kyoto, espera-se um corte de 5,2% nas emissões de gases estufa do mundo industrializado como um todo, até 2012. Esta redução está baseada nos níveis emitidos em 1990.
Países em crescimento, como China e Índia, estão fora do tratado, fato apontado pelo presidente George W. Bush, em 2001, como justificativa paralela para a não- participação dos Estados Unidos no protocolo, já que a China e a Índia estão com economias e emissões de gases crescentes.
Os ambientalistas prometem reforçar protestos, especialmente na cidade de Washington e em Kyoto, antiga capital do Japão, onde o tratado foi assinado, em 1997. A prêmio Nobel da Paz Wangari Maathai deverá participar de cerimônia de protesto pela não-participação norte-americana no tratado.
Maathai, ecologista e ministra em Kenya, disse que o Protocolo de Kyoto vai demandar esforços de governantes e de homens de negócios, mas também provocará mudanças na forma como as pessoas vivem.
–Uma das razões pelas quais alguns países não querem assinar o Protocolo de Kyoto é exatamente porque elas não querem reduzir os seus padrões de consumo, disse Maathai, primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz. (BBC, 16/2)
Mesmo os signatários de Kyoto terão dificuldades de cumprir metas
Mesmo os países que assinaram o Protocolo de Kyoto deverão ter dificuldades para cumprir as metas estabelecidas. O Canadá, um dos primeiros signatários, não tem um plano claro a respeito de como vai atingir o alvo de corte de emissões de gases de efeito estufa.
Longe de serem cortadas, as emissões canadenses devem continuar a crescer em uma média anual de 20% desde 1990.
O Japão também está inseguro sobre se será capaz de cumprir seus requerimentos legais de reduzir as emissões em 6% sobre os níveis de 1990 até 2012.
Mas, segundo o ministro do Meio Ambiente do Japão Takashi Omura, o país vai respeitar as regras do tratado. (BBC, 15/2)