Soja transgênica perde mercado na Austrália
2005-02-16
As três maiores empresas australianas de criação de aves - Inghams, Bartter Steggles e Baiada - comprometeram-se a não utilizar soja transgênica na ração animal. Juntas, as três empresas respondem por cerca de 80% das vendas de produtos avícolas australianos e também são responsáveis pela maior parte das 300 mil toneladas de soja importadas pelo país.
É na importação da soja que a cadeia alimentar australiana é contaminada pelos transgênicos. - A opção pela importação de soja convencional ajudará a manter a soja transgênica fora da Austrália e pode criar um precedente importante para outros países - disse Ventura Barbeiro, engenheiro agrônomo do Greenpeace. - Esta é uma grande oportunidade para o Brasil se candidatar como fornecedor de soja não-transgênica para o mercado australiano. Entretanto, o Brasil certamente terá que dar garantias que, além de não-transgênica, a nossa soja não venha de produtores que destruíram a Floresta Amazônica para produção do grão - concluiu Barbeiro.
Por ser a maior importadora de soja para fabricação de rações na Austrália, a Inghams foi o alvo principal dos consumidores que não aceitam transgênicos. - Milhares de consumidores telefonaram, enviaram e-mails, faxes e cartas exigindo que a empresa parasse de utilizar soja transgênica na alimentação das aves - disse John Hepburn, coordenador da campanha de engenharia genética do Greenpeace Austrália. (EcoAgência, 15/02)