O governo do Estado do Rio fará a medição da quantidade de emissões de poluentes que deixaram de ser realizadas por causa do programa de incentivo ao uso de Gás Natural Veicular (GNV) no estado. O objetivo é conseguir certificados de resgate de carbono que, no futuro, poderão ser negociados no mercado internacional, baseado no protocolo de Kioto (acordo internacional para redução da emissão de carbono na atmosfera).

Segundo o secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, o estudo, que vai se basear nas medições feitas nas vistorias de licenciamento anual de veículos do Detran, será concluído até o fim de março. A idéia é que indústrias de países que não consigam reduzir suas emissões comprem os certificados de empresas, instituições ou governos que tenham diminuído suas emissões.

De acordo com Victer, a Secretaria de Energia, em parceria com a Feema e o Detran, vai calcular a quantidade de poluentes que deixaram de ser emitidos com a substituição da gasolina pelo GNV nos veículos do estado. O secretário disse ainda que na sexta-feira será entregue pela governadora Rosinha Matheus a certificação de número 300 mil da conversão de veículos do estado para GNV. O número corresponde, segundo o secretário, a 20% do total da frota de veículos do estado.

O programa estadual de incentivo ao uso do GNV prevê a redução do IPVA para os automóveis convertidos ao gás natural de 4% para 1% do valor do veículo. Victer disse que, após a conclusão do estudo, o estado vai buscar o credenciamento do programa em alguma sociedade internacional certificadora de emissões de poluentes. Estimativas iniciais do secretário apontam que o volume de poluentes que deixou de ser emitido pelo programa corresponde a cerca de metade de todas as emissões das indústrias fluminenses. (O Globo 15/2)