Desmatamento e queimadas são os tópicos negativos do Brasil no Protocolo de Kyoto
2005-02-16
Dos três mais importantes países em desenvolvimento, que são China, Índia e Brasil, é o Brasil que apresenta as melhores condições de atendimento ao Protocolo de Kyoto. A avaliação é do presidente do Instituto Brasil do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Haroldo Mattos de Lemos. Segundo ele, o Brasil só tem um grande problema a ser enfrentado que é o desmatamento na Amazônia e as queimadas, que enviam grande quantidade de gases nocivos à atmosfera. Em compensação, o país é quase o único do mundo que movimenta parte de sua frota de veículos com álcool, combustível que não gera gases poluentes na queima, lembrou.
Lemos destaca ainda que a gasolina nacional tem uma mistura de 25% de álcool, o que significa que uma grande quantidade de combustível fóssil deixa de ser queimada. Isso representa uma redução importante nas emissões que o Brasil poderia contabilizar. Outro fato positivo é que a matriz energética nacional é composta majoritariamente, em torno de 80%, de energia hidráulica, que contribui bem menos para o efeito estufa do que a queima de combustíveis fósseis, a chamada termoeletricidade.
O presidente do Instituto Brasil afirmou que quando o Brasil resolver o problema do desmatamento e das queimadas, ficará em situação bastante favorável em relação à redução das emissões. Lemos informou que a mensagem no dia de entrada em vigor do Protocolo de Kyoto é de esperança, no sentido de que o acordo possa avançar e ter uma contribuição significativa no processo de minimização das conseqüências do aquecimento global, porque quanto menos gases forem emitidos, menores serão as conseqüências para todos. (Agência Brasil, 15/2)