Madeireiros e fazendeiros dizem que morte de freira foi covarde
2005-02-15
Fazendeiros e madeireiros divulgaram no final de semana notas de repúdio ao assassinato da Dorothy Stang, que foi morta a tiros no sábado. De acordo com as notas, o crime foi classificado como um ato de violência intolerável e covarde.
Em notas idênticas, representantes de fazendeiros e madeireiros informaram que as divergências do setor com a política adotada pelo governo estão sendo manifestadas no foro próprio, que é o Judiciário. — O projeto de instalação de reservas ambientais em áreas impróprias e por meios descabidos continuará sendo questionado institucionalmente.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará, o Núcleo da Transamazônica, e o Sindicato da Indústria Madeireira do Baixo e Médio Xingu afirmaram que as divergências do setor com a política adotada pelo governo foi e continuará sendo travada civilizadamente, sem hostilidades.
Ao pedir investigação rigorosa do caso, as duas informaram ainda que estão à disposição das autoridades para apoiar as investigações.
O assassinato da missionária norte-americana, que tinha forte atuação em defesa dos trabalhadores rurais e do desenvolvimento sustentável, levantou suspeitas sobre grandes fazendeiros e madeireiros da região. A freira vinha sendo ameaçada de morte por causa do seu trabalho nas comunidades da Amazônia. A polícia investiga se o crime teve relação com os conflitos de terra na região. (Folha, 14/02)