Militares resgatam pessoas sob fortes chuvas em Caracas
2005-02-15
Unidades militares de resgate retiraram, na quinta-feira passada, centenas de pessoas isoladas no litoral próximo a Caracas enquanto as chuvas, que deixaram pelo menos 12 mortos, continuavam causando colapso em bairros da capital venezuelana.
O resgate das pessoas isoladas, em sua maioria pessoas que foram passar o
Carnaval, aconteceu na estreita faixa litorânea situada no norte de Caracas,
cuja única estrada de saída ficou bloqueada por causa dos deslizamentos.
Nas últimas horas, helicópteros militares e embarcações da Armada resgataram cerca de 800 pessoas, segundo porta-vozes da Defesa Civil, e levaram água, alimentos e remédios para outras 2 mil pessoas que permanecem nas áreas isoladas por via terrestre.
As zonas críticas se concentram em torno da capital venezuelana e na região
litoral situada ao norte, enquanto no resto do país a situação tende a se
normalizar com chuvas isoladas de baixa intensidade.
O observatório Cagigal, da Armada, prevê que as chuvas na região de Caracas
continuarão por mais 24 horas e depois diminuirão significativamente.
Em Caracas, a chuva ao amanhecer provocou um colapso no trânsito em setores com alto volume de circulação e na saída da capital para a região leste do país.
O governo venezuelano decretou na quarta-feira situação de emergência nos estados de Aragua, Carabobo, Falcón, Miranda, Yaracuy, Vargas e Distrito
Capital, que engloba os cinco municípios de Caracas. Esses estados, onde em alguns a situação se normalizou, serão beneficiados pelo programa de recuperação aprovado pelo governo, cujo montante dependerá
dos prejuízos. As vítimas fatais registradas até agora pelas autoridades
superam doze, incluindo as oito registradas na cidade de Puerto Cabello, no
estado de Carabobo, seis delas mortas por causa de um deslizamento de terra.
As chuvas que caíram no litoral noroeste e central da Venezuela são as mais
intensas desde 1951 e superam as registradas em dezembro de 1999, quando as avalanches e transbordamentos deixaram de 25.000 a 50.000 mortos, segundo fontes oficiais.
O Ministério da Educação suspendeu as aulas até a próxima segunda-feira em
todos os centros públicos e particulares do país, inclusive nas regiões que
não foram atingidas pelas chuvas. O dado mais recente divulgado por Antonio
Rivero, diretor da Defesa Civil, indica que 1.175 casas foram danificadas
pelas águas e que as pessoas afetadas são cerca de 15.600 em todo o
país. (EFE, 10/2)