Parque Nacional da Tijuca terá R$ 3 milhões de recursos da Petrobrás em 2 anos
2005-02-14
O programa Água em Unidade de Conservação - Projeto Piloto Para Mata Atlântica, desenvolvido pelo Instituto Terrazul para o Parque Nacional da Tijuca, foi um dos 30 escolhidos entre 1.700 projetos apresentados à Petrobras Ambiental.
O patrocínio da estatal permitirá o monitoramento da quantidade e qualidade da água no parque, proteção e recuperação da flora e do solo e educação ambiental. Os dados sobre a água vão ser usados para tentar cobrar pela água extraída de suas bacias. O prazo para aplicação dos R$ 3 milhões é de dois anos.
O diretor do parque, Celso Junius, representante da prefeitura na gestão compartilhada com o Ibama, explica que as queimadas são o maior fator de degradação do parque. — O fogo é provocado pela soltura dos balões, velas usadas em rituais religiosos, práticas de renovação da pastagem, queima de lixo nas comunidades do entorno — enumera.
Para evitar essas situações está prevista a construção de um aceiro (trecho do terreno desbastado de modo a impedir que as chamas atinjam a mata) de 8 km de extensão por 8 metros de largura no trecho de maior incidência de fogo. Também serão construídos 2,4 km de ecolimites (mourões de concreto ligados por cabos de aço) para barrar o avanço de favelas como Camarista Méier e Inácio Dias.
Também está previsto o plantio de 60 mil mudas – 4 mil para substituir as chamadas plantas exóticas, como jaqueiras e dracenas. Outras 56 mil vão reflorestar 224 mil metros quadrados de áreas abertas - ocupadas por capim.
Em meados do século XIX, a cidade enfrentou sérios problemas de desabastecimento de água e uma das causas apontadas para o problema foi a destruição das matas das bacias do Maciço da Tijuca. O imperador Pedro II determinou que os cafezais dessem lugar à floresta, novamente. Foram plantadas, então, cerca de 80 mil mudas. — A diferença é que eles levaram décadas. Nós teremos dois anos para o reflorestamento — disse Junius. (Estadão, 11/02)