Vazamento coloca em risco população de área de Guarulhos
2005-02-14
O vazamento de combustível, semelhante a benzeno de borracha, de acordo com técnicos da Cetesb, que atingiu 18 residências da Rua
Carius, Jardim Nova Cumbica, Zona Leste de Guarulhos, São Paulo, poderá resultar numa tragédia, semelhante a que ocorreu com a Vila
Socó, em Cubatão (SP), no dia 24 de fevereiro de 1984, quando um duto da Petrobras, que passava pelo local incendiou-se.
A área de 500 m² é densamente povoada, onde por enquanto estaria retido o líquido que teria vazado de um galpão, onde funcionava o
estacionamento de carretas de transporte de combustível. Para piorar, grande parte desse terreno é inclinada. Ou seja, um grande número de
ruas fica numa descida, onde se suspeita, que esse líquido possa ter ultrapassado os limites de 500 m². De acordo com moradores, há mais de um ano que eles sentem um forte cheiro de algo semelhante a gás, no interior de suas casas, inclusive nos banheiros. Somente após algumas pessoas tirarem água dos poços,
localizados nos quintais, que as autoridades estaduais e municipais perceberam a gravidade do problema, pois a água estava pegando fogo!
Segundo técnico da Cetesb, foram retirados cerca de 3 mil litros de solvente dos poços e em torno de mil litros na sondagem feita no
galpão. O aterramento dos poços foi a providência seguinte, porém o cheiro de gás continua invadindo as moradias onde ocorreu o
aterramento. Na avaliação do secretário nacional do Meio Ambiente da Força Sindical e membro titular da Comissão de Políticas de
Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Brasileira, Toninho Silvan, mais uma vez Guarulhos é vítima de um crime ambiental, talvez de
grandes proporções, pois o que está publicado na imprensa possa ser a ponta de um enorme iceberg.
A desculpa de sempre
O absurdo é tão grande que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Guarulhos e a Prefeitura alegam não ter dinheiro para transferir as pessoas para
locais adequados, uma vez que as famílias recusaram a proposta de se alojarem em albergues, mesmo sabendo dos riscos que elas correm. O
mais estranho é faltar recursos, que não são de grande monta, para a terceira maior arrecadação de impostos do Estado mais rico da União:
SP. Seria necessária a colaboração do Ministério do Meio Ambiente, pois suspeita-se que o vazamento seja de grandes proporções. Segundo a Cetesb, todo o solo encharcado de solvente na área estimada por enquanto em 500m2 , deveria ser retirado e incinerado, solução esta que apesar de definitiva, se mostra inviável por conta da necessidade de retirada da população. (Sindicato dos químicos de Guarulhos e região 12/02)