Aumentam os incêndios em matas de Porto Alegre
2005-02-09
Descuidos e brincadeiras com fogo aliados ao tempo seco têm causado sérios prejuízos à vegetação de Porto Alegre. As causas vão desde
baganas de cigarro jogadas nas proximidades de matos até incêndios propositais, normalmente provocados por crianças ou adolescentes. Em janeiro,
das 524 ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros, 222 foram em matas e morros. No mesmo período de 2004, o número chegou a 56.
Os incêndios com causas naturais – quando a irradiação solar entra em contato com vidros, por exemplo – são os mais raros, de acordo com o responsável
pelo 1O Comando Regional de Bombeiros, tenente-coronel Isaías Malinski. O fogo em lixo representa outro perigo para o ambiente. Em
geral, ele começa quando as chamas utilizadas para queimar resíduos se espalha com o vento ou quando há presença de material plástico. Existem
ainda os casos envolvendo queimadas para limpar terrenos e rituais religiosos com velas perto de vegetação. Nos locais em que as viaturas não conseguem
chegar, como nos morros, os bombeiros utilizam batedores para abafar o fogo. Alguns incêndios chegam a durar de três a quatro horas, conforme Malinski.
As queimadas são proibidas pelo Código Florestal do Estado e pela Lei Orgânica do Município. O ato, assim como a distração ou a irresponsabilidade de
quem atira baganas de cigarro da janela do carro ou brinca com fogo, pode trazer depauperamento e evasão do solo, poluição do ar, comprometimento
do clima, da flora e fauna, enfatiza o secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch. A Smam trabalha com o Corpo de Bombeiros
e o Batalhão Ambiental. O município e o Estado mantêm estado de alerta preventivo.
Questão Cultural
Para a integrante da organização não-governamental Núcleo Amigos da Terra Kathia Monteiro, o aumento no número de incêndios está diretamente ligado ao crescimento na ocupação de morros. -É umaquestão cultural. Tem gente que coloca fogo na mata porque gosta de ver as chamas. Como exemplo de forte erosão, cita o Morro Santana. verdes. (CP 06/02)