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2005-02-09
O abastecimento de água em Cachoeirinha e Gravataí pode ser normalizado ainda hoje. A medida seria possível devido à destruição pelo Batalhão de Polícia Ambiental da Brigada Militar e pela Corsan de 14 barragens irregulares na bacia do Rio Gravataí até o final da tarde de ontem (08/02). A blitz contra os desvios de afluentes colaborou para aumentar em cerca de 70 centímetros o nível do Rio Gravataí no ponto de captação de água. O ganho faz a Corsan cogitar do fim dos cortes em dois dos quatro municípios afetados pelas interrupções. - Há uma possibilidade de normalização. Mas o mais provável é que os cortes continuem com menor duração em Cachoeirinha e Gravataí - explica o diretor financeiro da Corsan, Jorge Melo. A decisão deve sair de uma reunião na manhã de hoje.
Gravataí e Cachoeirinha enfrentam atualmente períodos de 12 horas diárias sem abastecimento. Conforme Melo, Alvorada e Viamão não seriam beneficiados, pois a captação para essas cidades é mais difícil. Até ontem, equipes da Corsan e da Brigada, reforçadas por uma retroescavadeira e um helicóptero, localizaram e destruíram 14 barragens clandestinas. Foram desativadas seis bombas de captação de água. Na manhã de sábado, um bloqueio foi desmanchado por meio de uma retroescavadeira em uma propriedade particular no interior de Viamão. Em seguida, um sobrevôo do helicóptero da BM acabou descobrindo outras quatro barragens. O dique destruído na manhã de sábado em um local de difícil acesso desviava o curso do arroio Passo do Vigário - um dos afluentes do Rio Gravataí - para uma plantação. Em pouco mais de uma hora, os golpes da escavadeira desfizeram a barreira de terra e permitiram que a água voltasse a correr pelo leito original.
As barragens e as bombas de sucção implantadas por agricultores nos afluentes do Gravataí são consideradas pela Corsan um grave obstáculo ao abastecimento das cidades vizinhas. Desvios feitos em arroios e riachos que desembocam no leito onde a empresa faz a captação reduz ainda mais o nível de água.

Proprietários poderão responder por crime ambiental
Na quarta-feira, Viamão e Alvorada iniciaram o racionamento de água. Gravataí e Cachoeirinha também adotaram a medida no dia seguinte. - O aumento que conseguimos no nível do rio ainda não permite uma redução no racionamento, mas foi fundamental para que ele não tivesse de ser ampliado - afirmou o presidente da Corsan, Vitor Bertini.
Nos dias anteriores, o nível estava variando bastante e chegou a praticamente zerar no ponto de captação em alguns períodos. A Corsan vinha sendo criticada por prefeitos da região por não ter se antecipado ao problema, tomando providências contra as barragens ilegais. Bertini promete que, a partir de agora, a fiscalização será constante na bacia do rio para evitar que as obras eliminadas sejam reconstruídas. O capitão da BM Rodrigo Gonçalves dos Santos explica que, durante as operações, não foram identificados os proprietários das áreas onde havia os desvios ilegais. Ele garante que eles deverão responder por crime ambiental. - Nossa prioridade é fazer a água voltar a correr. Depois, vamos identificá-los para que sejam responsabilizados civil e penalmente - afirma o capitão.(Clic RBS 09/02)

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