Bayer quer vender algodão transgênico no Brasil
2005-02-09
A Bayer CropScience está se preparando para comercializar sementes de
algodão transgênico no Brasil. A empresa espera apenas a aprovação da Lei de
Biossegurança, que deve liberar o produto e tornar claras as regras para
plantio e comercialização de OGMs - organismos geneticamente modificados no
país. O presidente da Bayer no Brasil, Marc Reichardt, disse que o mercado
já conta com variedades de soja transgênica e a empresa quer trazer algo que
ainda não esteja disponível. As primeiras variedades previstas para entrar
no País são as sementes resistentes a herbicidas. Em um segundo momento, as
variedades Bt, tolerantes a insetos.
Com a lei aprovada, a Bayer deve entrar
com pedido de registro e adaptação das variedades de algodão transgênico
para a comercialização no país, num processo que pode levar cerca de dois
anos. Reichardt afirmou também que a Bayer não sabe se será implantado um
programa de cobrança de royalties e que, este ano, a multinacional pretende
investir US$ 12 milhões na ampliação de sua fábrica de Belford Roxo (RJ) e
em projetos para melhorar sua logística de distribuição.
A regulamentação atual não permite o plantio e a
comercialização do algodão transgênico no Brasil. Mas em novembro de 2004, a
CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança estabeleceu um limite de
1% de transgenia em sementes de algodão convencional, numa tentativa de
coibir pirataria. O Brasil é o sexto maior produtor de algodão convencional
do mundo, com uma área total cultivada de 1,029 milhão de hectares na safra
2003/2004, sendo o Mato Grosso o campeão, com 399 mil hectares. (Terra
04/02)