Mexicanos temem mais vazamentos em dutos petrolíferos
2005-02-09
O cheiro de peixe em decomposição misturado ao de gasolina paira sobre barcos de madeira e redes na comunidade pesqueira de El Muelle, na costa leste do México. Rio acima, perto da cidade de Agua Dulce, fragmentos de óleo bóiam na água. Um cão morto está sobre uma das margens. Uma família inteira tapa seus narizes para não sentir o cheiro do que é forçada a cremar após a morte maciça de peixes e outras formas de vida na beira do rio.
Uma semana depois que combustível tóxico de nafta vazou de um duto rompido e espalhou-se pelo Rio Aguadulcita, a morte de vários animais espalhou-se pela região. Muitos pescadores foram proibidos de continuar trabalhando por causa da contaminação. O vazamento de nafta, contudo, foi o quarto ocorrido no Estado a partir da Pemex, a empresa de petróleo estatal mexicana. Detentora do monopólio na área de petróleo, a Pemex, durasnte muitas décadas, vem encabeçando a lista dos danos ambientais que acontecem no Golfo do México.
Os vazamentos de óleo são embaraçosos para o governo do presidente Vicente Fox, que supostamente simboliza o progresso, mas tem falhado em combater a corrupção e em promover reformas. Falta manutenção nos dutos, que estão com cerca de 30 anos de idade e já mostram sinais de corrosão. Com orçamento apertado, a empresa estima que serão necessários US$ 9 bilhões extras para reparar 36,95 quilômetros de dutos. Pelo menos 32 quilômetros da extensão da cidade de Nanchital ainda sofrem os efeitos do vazamento que ocorreu em dezembro, através do Rio Coatzacoalcos, e que acabou nas praias, matando pássaros marinhos e afetando o ecossistema, além de impossibilitar a pesca. (Planet Ark, 8/2)