O ministro de Assuntos Exteriores, Miguel Ángel Moratinos, confirmou que o submarino nuclear britânico HMS Sceptre, que atracou em Gibraltar, sofre uma avaria no sistema de refrigeração de seu motor a diesel, que, no entanto, não afeta o reator.

Mesmo assim, o governo espanhol enviou ao Reino Unido um firme protesto pela visita do submarino, exigindo que, no futuro, não venham mais à região de Roca submarinos deste tipo.

Moratinos convocou os meios de comunicação para lerem uma declaração oficial após a chegada do HMS Sceptre ao porto de Gibraltar, onde está previsto que o submarino permaneça por seis dias. O ministro das relações Exteriores declarou que seu colega britânico, Jack Straw, garantiu que este prazo não será excedido.

Contudo, assim mesmo o governo da Espanha exigiu total transparência durante o tempo de permanência da embarcação no território espanhol.

Segundo Moratinos, o problema afeta exclusivamente o sistema de refrigeração do motor a diesel e, em nenhum caso, o sistema nuclear do submarino. Por esta razão, diz ele, não é possível comparar com a estada do Tireless, em 2000.

O HMS Sceptre chegou ontem (3/2) por volta das 14h (hora local) ao porto de Gibraltar. O porta-voz de Ecologistas em Ação no Campo de Gibraltar, Antonio Muñoz, afirmou que o submarino HMS Sceptre tem uma avaria que pode ser perigosa para o Campo de Gibraltar, para o norte de Marrocos e para Sevilha e Málaga. Ele pediu ao principal ministro de Gibraltar, Peter Caruana, que se oponha à atracação de mais submarinos nucleares no local.

A Greenpeace, por sua vez, informou que teve início uma guerra, no Iraque, no tráfego de submarinos nucleares, no Estreito, enquanto que, no Mediterrâneo, esta guerra se multiplicou. O diretor-executivo da Greenpeace, Juan López de Uralde, assegurou que, desde que começou o conflito no Iraque, já visitaram o porto de Gibraltar umas cem embarcações deste tipo. (El Mundo, 4/2)