Fome e falta d água se intensificarão com mudança climática
2005-02-04
A conferência foi convocada pelo premier britânico Tony Blair e reúne especialistas de todo o mundo. Segundo o cronograma, o processo de aquecimento já está em curso. Em 25 anos, quando a elevação de temperatura média do planeta chegar a 1 grau Celsius, ecossistemas mais sensíveis, como as florestas tropicais de altitude, poderão ter grande perda de biodiversidade. Em alguns países em desenvolvimento, a produção de alimentos começará a diminuir e a falta de água se agravará.
Em meados do século, quando a Terra for 2 graus mais quente do que era no período pré-industrial, os efeitos mais dramáticos do caos no clima começarão a aparecer. O Ártico terá perdas severas de gelo e os ursos polares terão sua população severamente reduzida. Poderão ocorrer mais incêndios florestais no sul da Europa e doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e malária, se propagariam por regiões hoje de clima temperado.
Plantas que só vivem na África do Sul, nos Alpes e na Austrália poderão sofrer graves perdas e florestas da China começarão a morrer. A fome e a falta d’água nos países pobres se tornariam ainda mais graves.
De 2050 a 2070, quando o aumento for de 3 graus, esses problemas se tornarão críticos, prevêem cientistas. Por essa época, confirmadas as previsões, a floresta amazônica sofrerá danos irreversíveis e entrará em colapso, com matas dando lugar a campos. A flora alpina de Europa, Nova Zelândia e Austrália poderá desaparecer completamente.
Os pesquisadores prevêem que, por essa época, cinco bilhões e meio de pessoas viverão em áreas afetadas pela fome. Três bilhões sofrerão com uma falta crônica de água. (FSP, 3/2)