Turmalinas contidas nas rochas dos depósitos de Cu-Au do Salobo, Gameleira e Igarapé Bahia, em Carajás, têm composição schorlítica (rara flúor-schorlita), intermediária entre schorlita-dravita e dravítica. As turmalinas azuladas ao microscópio, zonadas e euédricas são schorlitas e flúor-schorlitas, ocorrendo em veios e no sienito aplítico do Gameleira e no dacito com granada do Salobo. Turmalinas em tons castanho a marrom esverdeada ou azulada, zonadas, com textura em peneira, têm composições tanto schorlítica, dravítica, quanto intermediária entre schorlita-dravita, sendo encontradas no basalto andesítico e dacito com biotita do Salobo, na rocha a calcita-albita do Igarapé Bahia, no gabro e no contato andesito-veio do Gameleira. A turmalina amarelada, com textura em peneira, tem composição dravítica e ocorre somente no andesito do Gameleira. A substituição de anfibólios cálcicos e biotita, pela turmalina, indica que as mesmas se formaram pós a concomitantemente com as alterações Ca-Na e potássica no Salobo e Gameleira.

Todas as turmalinas são alcalinas, dominadas por OH nos sítios V e W e subordinadamente por F no sítio W. Schorlitas do sienito aplítico do Gameleira têm alta razão Fe/(Fe+Mg) (0,897), sugerindo estreita relação das turmalinas de razão semelhante com fontes graníticas. Dravitas e schorlitas-dravitas podem ser resultado da mistura do fluido granítico formador da turmalina com elementos provenientes das rochas encaixantes. O padrão de ETR da turmalina no depósito do Salobo indica que ambos os granitos (Granito Antigo e o Granito Jovem) podem ter tido influência na sua formação. Um grupo incomum, enriquecido em flúor e ferro e contendo Al no sítio cristalográfico Y, foi encontrado no Salobo, nos veios e sienito aplítico do Gameleira. Este indício pode vir a ser utilizado como um guia de prospecção.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
Autor: Tatiana Rennau dos Santos.
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