Congresso internacional no Rio debate as fontes de energia alternativa no Brasil
2005-02-03
O caminho concreto para o uso de energia proveniente de fontes renováveis em
larga escala é um dos temas que serão abordados no Congresso Internacional
sobre Clima e Energia (Rio 5), que reúne de 15 a 17 deste mês, no Rio de
Janeiro, especialistas dos setores público e privado de vários países.
Segundo um dos coordenadores do evento, o geógrafo Johannes Kissel, o
principal objetivo do evento é sinalizar o futuro das energias alternativas
no Brasil. O país, apesar de reunir boas condições para seu desenvolvimento,
ainda apresenta o potencial nesse campo pouco aproveitado.
Kissel apontou que falta ao Brasil uma legislação específica, a exemplo da
Europa, que apóie mais as energias renováveis e estimule os investimentos
para exploração nessa área.
- Falta uma visão mais ampla, de longo prazo, ou
seja, no mínimo de 10 anos, uma vez que o programa de apoio financeiro a
investimentos em fontes alternativas de energia elétrica (Proinfa) se
estende por apenas dois anos, disse.
Na opinião do geógrafo, o principal entrave aos investimentos no setor de
energia renovável no país são os juros altos, porque é dificil captar
dinheiro tendo juros nesse patamar durante 20 anos, por exemplo, já que os
investimentos no setor são de longo prazo.
O especialista salientou também a necessidade de se investir em educação
para a aplicação das energias renováveis. Adiantou que na Rio 5 será
apresentado o projeto de criação da Universidade Internacional de Energias
Renováveis, destinada a formar especialistas, como já ocorre em vários
países. Kissel destacou que como se trata de uma área nova, a maioria dos
técnicos tem conhecimento sobre as energias fósseis, mas as novas
tecnologias são muitas vezes desconhecidas.
Segundo Kissel, a Alemanha é o país mais avançado do mundo em termos de
desenvolvimento de energias renováveis. A legislação destinada ao setor
entrou em vigor em 2000. Outros países que têm legislação avançada nesse
campo são Espanha, Áustria, Dinamarca e, entre as nações emergentes como o
Brasil, a Índia. Kissel revelou ainda que também a China começa agora a
examinar perspectivas alternativas para o setor energético. (Agência Brasil
01/02)