Petrobras lidera nova onda de projetos petroquímicos
2005-02-01
Depois de hesitar durante anos sobre investimentos na petroquímica, a Petrobras está à frente de um grande pacote de projetos traçado para o setor no país. Nos últimos meses, a estatal anunciou seis projetos - próprios ou em parceria com vários grupos -, envolvendo uma grande central de matérias-primas e várias fábricas. O investimento total previsto é de US$ 9,137 bilhões.
Analistas do setor ouvidos pelo Valor acham difícil a concretização de todos os projetos, seja por problemas de rentabilidade de alguns, seja pelo tamanho do esforço financeiro necessário. O plano estratégico da estatal, iniciado em 2004, reserva para a petroquímica apenas 2% (US$ 1,1 bilhão) dos US$ 53,6 bilhões de investimentos totais até 2010. Mas a companhia tem um poderoso aliado, o BNDES, como sócio e financiador de projetos.
Um estudo do BNDES concluiu que sem os projetos da Petrobras haverá escassez de produtos petroquímicos no país a partir de 2007. Hoje, já falta PET (resina para produção de garrafas de plástico) e só não vai faltar polietileno graças à entrada em operação da Rio Polímeros, em abril. Para suprir o mercado, pelas projeções do BNDES, o país terá de investir US$ 2,27 bilhões no setor até 2008 e US$ 12,81 bilhões até 2013.
O paranaense Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento, comanda a nova ofensiva na petroquímica. A menina dos olhos dos projetos é a central petroquímica a partir de uma refinaria para óleos pesados de Campos. Serão necessários US$ 3 bilhões para construir a refinaria e US$ 3,5 bilhões para a fase petroquímica. (Valor 31/1)