–O tempo está se esgotando para evitar um aumento de dois graus, disse o climatologista Mark New, da Universidade de Oxford (Reino Unido), autor do estudo que prevê as datas de 2026-2060 -um dos artigos que integram o relatório do WWF. Ele afirmou que seu trabalho se baseou em uma revisão de modelos climáticos usados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) em seu último relatório, de 2001.

Um outro relatório internacional, divulgado na semana passada, afirmava que as temperaturas em elevação eram uma bomba-relógio para o clima. E ainda mais um estudo, publicado na última quinta-feira na revista Nature, prevê, com base em novos cálculos, que a variação nas temperaturas globais em 2100 poderá ser muito maior do que o previsto pelo IPCC: de 2ºC a 11ºC, não de 1,4ºC a 5,8ºC.

Outros cientistas dizem que esse tipo de previsão não passa de alarmismo, já que há muita incerteza nos modelos climáticos. O estudo de New projeta que o Ártico aquecerá de 3,2C a 6,6C se a temperatura média global subir 2C. A região esquenta mais depressa porque água e terra, uma vez descobertas, absorvem mais calor que o gelo.

O relatório do WWF será apresentado numa conferência científica em Exeter, Reino Unido, que vai de amanhã a quinta-feira. As discussões deverão girar em torno de como estabilizar os níveis de gases- estufa de modo a evitar mudanças climáticas perigosas. (FSP 31/1)