Espanhóis podem investir em gasoduto no Rio Grande do Sul
2005-01-31
A ligação entre Uruguaiana e Porto Alegre passa pela Espanha. A escala entre os dois pequenos trechos já existentes do gasoduto - um que abastece a termelétrica da cidade da Fronteira e outro que chega ao pólo petroquímico - pode ser exigida para garantir o suprimento de gás natural a ser transportado. Ainda sem data marcada, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, vai participar de um encontro com investidores em Madri. Repsol, Iberdrola e Gamesa, empresas do setor de energia com orçamentos gigantes e robustos investimentos já realizados na América Latina, estarão presentes.
- A Espanha tem sido uma das maiores parceiras do Brasil. Uma das questões que vamos discutir será a conclusão do gasoduto do noroeste argentino, importante para que possa ser viável a ligação Uruguaiana-Porto Alegre, disse a ministra em Porto Alegre na semana passada, quando acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita ao Fórum Social Mundial.
Com a conclusão dos dutos na Argentina, as reservas do país ficam conectadas com as da Bolívia, o que garante o suprimento interno. Segundo a ministra, também estão sendo elaborados estudos para permitir a antecipação da produção nas reservas de gás descobertas na Bacia de Santos. - Estava previsto para o final de 2008, e estamos tentando puxar para o mais perto possível de 2007, para criar um mercado mais robusto para o gás, explicou a ministra.
Faz parte dessa estratégia, disse Dilma, o foco em blocos de gás na sétima rodada de licitações para exploração e produção prevista para este ano - as anteriores foram concentradas em petróleo. No ano passado, a secretária-executiva do ministério, Maria da Graça Foster, abriu uma polêmica ao dizer que a realização de uma nova fase do processo de concorrência entre empresas privadas para participação de buscas a petróleo e gás no país não estava confirmada. A sétima rodada está prevista para outubro.
Escala de gravidade para classificar apagões
Exasperada com o destaque dado pela imprensa às sucessivas falhas no fornecimento de energia neste início do ano, Dilma argumentou que os desligamentos não podem ser chamados de apagões. - Ou se cria uma graduação, como se faz com os terremotos, ou não vai dar, disse a ministra, referindo-se à escala Richter, que mede a intensidade dos movimentos sísmicos.
Na sexta-feira, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, anunciou que será criado até o final de março uma escala de classificação sobre a gravidade dos apagões. Entre os critérios, estarão área de abrangência, número de consumidores atingidos, duração e horário. (ZH, 24)