Olívio Dutra apóia transposição do São Francisco
2005-01-31
Por Carlos Matsubara
O ministro das Cidades, Olívio Dutra reafirmou na sexta-feira (28/01), não somente o apoio da sua pasta ao projeto de transposição do Rio São Francisco, como garantiu que fará de tudo para que ele saia do papel.
O ex-governador do Rio Grande do Sul concedeu entrevista coletiva para meia –dúzia de gatos pingados, contrastando com sua popularidade junto a boa parte dos participantes do Fórum Social Mundial, encerrado hoje (31/1).
— O ministério das Cidades não vê o projeto como sendo de transposição e sim, de recuperação do rio, afirma. Apesar das enxurradas de críticas à transposição e de audiências públicas sendo canceladas (ver abaixo), o ministro acredita que será a salvação das comunidades das bacias do Velho Chico. — Não será uma mera retirada de água, vai possibilitar o desenvolvimento para milhares de pessoas terem um desenvolvimento social, justo e rico, acredita. Olívio Dutra explicou que seu ministério tem influência direta na transposição do rio, justamente por causa do acesso ao saneamento básico que será possibilitado.
Pressa governamental
Apesar do Supremo Tribunal Federal garantir a legalidade da audiência pública sobre o projeto de transposição do Rio São Francisco em Minas Gerais, a reunião foi cancelada por pressões populares. O EIA-RIMA do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional acabou não sendo debatido no último dia 25 depois que um grupo de manifestantes invadiu o Minascentro e obstruiu o debate, contrariando também os interesses do Ibama. Com mais uma demonstração da controvérsia que envolve o projeto, o governo busca saídas para enfrentar a resistência à transposição. E ao contrário do que argumentam as autoridades em Brasília, os protestos não vêm só dos políticos da oposição. Muitas ONGs e movimentos sociais locais estão engajados para impedir o que consideram ser mais uma obra política e marketeira em ano de eleição. Realmente, para um projeto tão abrangente é indefensável a pressa do governo em aprovar a obra.