ONGs protestam contra tentativa de controle da alimentação pelos transgênicos
2005-01-31
O Greenpeace, em parceria com a Campanha por Um Brasil Livre de Transgênicos, protestou sexta-feira (28/01) contra a tentativa de controle corporativo da alimentação mundial praticado pela Monsanto e outras empresas de biotecnologia. O objetivo é denunciar a República da Soja, que consiste em imensas áreas contínuas de plantios do grão no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai com projetos de expansão para a Bolívia.
O protesto do Greenpeace e das outras entidades, que contou com a participação de cerca de 200 pessoas, consistiu na fixação de uma placa de ferro no chão, em frente ao prédio da Monsanto em Porto Alegre, que a partir de agora passa a ser conhecido como Consulado da República da Soja.
A Monsanto sumiu
Ao término do protesto, representantes das entidades tentaram, em vão, entregar uma carta com as demandas do grupo a representantes da Monsanto. Porém, a empresa encontrava-se vazia há três dias, de acordo com informações prestadas pelos funcionários do edifício. — Na terceira edição do FSM, também tentamos entregar à empresa nossas reivindicações e não fomos recebidos pelos funcionários, que escaparam pela garagem. Trata-se de total descaso para com a sociedade civil e parte significativa da população, que quer ver seus direitos respeitados, afirma Gabriela Couto, da campanha de engenharia genética do Greenpeace. Quando o grupo estava de saída do local, um advogado da Monsanto apareceu e se comprometeu a entregar a carta à companhia.
Dependência argentina
O Greenpeace Argentina também lançou durante o FSM, o relatório de Charles Benbroock, A Expansão da Fronteira da Soja – A perigosa confiança da Argentina na soja geneticamente modificada. O estudo demonstra os impactos ambientais das plantações de transgênicos do país. — A reflexão sobre as evidências reveladas nesse estudo indica que a forte aposta da Argentina, há oito anos, nos transgênicos, trouxe terríveis conseqüências ambientais, sem as vantagens sociais e ambientais antes prometidas, acrescentou um representante da ONG no país vizinho. Organizações da sociedade civil também exigem que a Monsanto assuma a responsabilidade pela contaminação por sementes transgênicas nos campos e seus impactos socioambientais.