A visita do presidente da Venezuela, Hugi Chávez, à Argentina, neste início de semana, colocou novamente em pauta as negociações entre a estatal de petróleo da Venezuela, PDVSA, e a filial argentina da Shell. Mas, no momento, a única certeza é de que Chávez anunciará, hoje (31/1), mañana, após reunião com o presidente Néstor Kirchner, memorandos de entendimento entre a PDVSA e a Empresa Nacional de Energia (Enarsa). Em uma primeira etapa, esta aliança será realizada de forma quase simbólica: haverá não mais de duas ou três estações de serviço.

As estações Enarsa-PDVSA foram contratadas a ex-operadores da petroleira Rhasa e levam as cores azul e branco, para reforçar, desde o visual, a idéia de que a Enarsa é 100% nacional. Mas, visto da ótica da PDVSA, que apenas nos Estados Unidos é dona de uma rede de 13 mil estações de serviço – quase o triplo das existentes na Argentina – o anúncio da Chávez praticamente não tem incidência nos negócios da petroleira venezuelana. Em 2003, a PDVSA faturou US$ 46 bilhões e, no ano passado, US$ 50 bilhões.

Chávez chegará hoje à Argentina, depois de participar do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS). Um de seus compromissos será reafirmar o embarque de mil cabeças de gado em pé da Argentina para a Veneuzela, operação que é parte do pagamento pelo fornecimento de petróleo venezuelano à Argentina, durante a recente crise energética deste país. (Clarín, 31/1)