A agência reguladora da área de águas da Argentina (ETOSS) emitiu um informe sobre a situação de não cumprimento de cláusulas de contratos por parte da empresa concessionária Águas Argentinas, enquanto segue-se uma negociação tensa entre o governo federal e a empresa, que tem a concessão das águas desde 1993 e abastece mais de 7 milhões de pessoas na capital e na Grande Buenos Aires.

Águas Argentinas obteve a concessão sem pagar nada, em troca de cumprir com obras e investimentos e cobrar a menor tarifa. Segundo o informe do Ente Tripartite de Obras e Serviços Sanitários (ETOSS), nos primeiros cinco anos da concessão, (1993-1998), a Águas Argentinas incorreu em numerosos descumprimentos com respeito a metas e obrigações do Plano de Expansão do Serviço (PMES), destacando-se, em matéria de investimentos, a não execução da quarta cloaca máxima e do tratamento primário em Berazategui. Tudo isto foi resultado de uma execução de somente 58% dos investimentos previstos para o período.

No segundo qüinqüênio (1999-2003), a empresa realizou investimentos em 1999 e em 2000, enquanto que, em 2001, eles foram de 62% dos previstos e, em 2002, ano da pior crise argentina, ainda menores, de 19%. Segundo a ETOSS, a Águas Argentinas não cumpriu as metas de expansão da cobertura dos serviços de água potável – é de 79%, frente aos 88% estipulados no contrato – e tratamento cloacal, em relação ao qual o atraso da cobertura afeta 930 mil habitantes. (Clarín, 31/1)