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2005-01-28
O projeto SOS Rios e Lagos de Curitiba (PR), de autoria do vereador Stephanes Jr. (PMDB), foi aprovado, em 2004, pelas Comissões da Câmara dos Vereadores de Curitiba mas nem chegou a ir em votação no plenário. – Este ano as chances do projeto ir para votação aumentam, já que agora faço parte da Mesa Executiva, declarou. Entre os vários pontos do projeto, destacam-se o cadastramento de empresas e indústrias, incluindo as mineradoras que sejam potencialmente poluidoras, a construção de estações de tratamento de efluentes e incentivo a empresas que comprem e tratem esgotos na forma in natura.

Outra iniciativa semelhante tem o apoio do vereador André Passos (PT) que participa de um projeto de despoluição de rios. Trata-se da ação de um canal de televisão com apoio de órgãos municipais e entidades públicas de educação ambiental para fazer com que jovens se interessem por questões ambientais, através de competições e ações de limpeza.

Todos os rios que passam por Curitiba recebem esgoto doméstico, responsável por 90% da poluição causada por dejetos. Segundo dados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, há somente cinco estações de tratamento da Sanepar - Companhia da Saneamento do Paraná que mal atendem seus bairros de abrangência. Apenas 25% das cidades da região metropolitana da capital possuem rede de esgoto e dos dejetos coletados pela rede não se sabe qual a porcentagem jogada nos rios sem tratamento.

Através de contrato de concessão feito entre a prefeitura de Curitiba, a Sanepar teria que construir ou ampliar a rede de esgotos da cidade. A empresa declara que 75% da capital é atendida pela rede de esgotos, mas foi multada, recentemente, em R$ 200 mil pela prefeitura por jogar esgoto sem tratamento num córrego da Vila Guaíra.

A multa provém de quatro autos de infração através de uma verificação realizada pela prefeitura no bairro Vila Guaíra. – A Sanepar informa que há abrangência na rede, mas quando vamos verificar encontramos pontos vazios, relatou o assessor técnico da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Alfredo Trindade. Segundo ele, também foram feitas mais 11 notificações por pontos suspeitos de ligações clandestinas.

– A situação é grave, segundo relato de uma fonte da Secretaria Municipal de Obras Públicas que prefere não se pronunciar oficialmente. A expressão refere-se às ligações da rede coletora de esgoto e seus destinos. A informação é de que atualmente, a secretaria trabalha num sistema de dados georeferenciados que mapeia a rede coletora e no futuro será possível contrapor as informações cedidas pela Sanepar com o levantamento feito pela prefeitura. Outro fator poluente dos rios, lagos e córregos curitibanos são as canalizações irregulares. Muitos domicílios ligam o esgoto na rede de águas da chuva, que além de impedir tratamento antes de ser jogado nos rios, causa alagamentos e mal cheiro nos bueiros.

A SMU - Secretaria Municipal do Urbanismo fiscaliza se as ligações estão corretas e, quando necessário, notifica os domicílios para que regularizem a situação. O diretor de fiscalização da SMU, José Luiz Filipetto informou que somente no bairro Jardim Social há 4 mil reclamações, que representam 55% dos domicílios da região. A SMU dispõe de apenas três equipes para fiscalizar as ligações de esgoto e águas pluviais e dois fiscais em cada uma das ruas da cidadania que se dividem entre as verificações de alvarás, terrenos e saneamento. “Há também o problema de prédios antigos nos quais às vezes torna-se inviável a ligação na rede coletora de esgotos”, informou Filipetto. (Gazeta do Povo/PR 27/1)

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