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2005-01-28
No início da tarde de ontem, um golfinho (Tursiops truncatus) foi encontrado morto na beira da praia do Cassino, nas proximidades do molhe Oeste, sensibilizando vários veranistas que ligaram para o Museu Oceanográfico da Fundação Universidade de Rio Grande (Furg) e para o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema). O golfinho, também chamado de boto, era um macho de 2,76 metros de comprimento e pesava em torno de 300 quilos. Conforme análise preliminar, o animal pode ter morrido devido à interação com redes de pesca.

De acordo o diretor do Museu Oceanográfico, o oceanólogo Lauro Barcellos, o golfinho apresentava diversas marcas de rede no corpo e um corte na nadadeira caudal. Ele fazia parte do grupo de botos que ocorre na região dos molhes da Barra, que vem sendo monitorado pela equipe do museu há 20 anos. Trata-se de um grupo de aproximadamente 80 animais. Ele relatou que nos últimos dois meses foram encontrados, entre as praias do Mar Grosso (São José do Norte) e do Cassino, dez golfinhos mortos, alguns apresentando fragmentos de fios de nylon no nariz. Inclusive já foram vistos alguns botos enredados. - Como tem cada vez menos peixes, as redes são cada vez maiores e numerosas. E existem muitas redes abandonadas no mar (chamadas de redes fantasmas), que são armadilhas permanentes para a fauna marinha, uma vez que os monofilamentos de nylon custam muito a se degradar - observou o diretor.

Também são encontradas tartarugas e toninhas mortas devido às redes. Conforme o oceanólogo, morrem mil toninhas por ano. A morte dos botos preocupa bastante os técnicos do museu porque a população existente na região dos molhes é pequena. Para que não haja esta ameaça, Barcellos acredita que seria necessário restringir um pouco as áreas de pesca, assunto que exige uma ampla discussão. (CP, 29)

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