Agenda 21, treze anos depois, ainda não deslanchou
2005-01-28
Quando o assunto em pauta é Agenda 21, a pergunta que não quer calar é o que, na prática, foi feito desde a Rio-92 para que as resoluções listadas naquele encontro não se transformassem somente em utopia. A questão é tema de seminário durante o V Fórum Social Mundial. Desde ontem (27/01) está acontecendo o II Encontro Nacional de Agendas 21 Locais, com representantes do Ministério do Meio Ambiente, entidades da sociedade civil, ecologistas, teólogos.
Representando o Fórum Brasileiro das Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Rubens Born criticou o governo federal quanto à aplicação da Agenda: - O conjunto do governo ainda não incorporou o espírito da Agenda 21, senão a decisão sobre a transposição do rio São Francisco não teria sido tomada do jeito que foi, disse.
O segundo painel do encontro, que ocorreu por volta das 11h, teve a presença de famosos e um público expressivo. A global Letícia Sabatella, atriz e apoiadora das causas sociais, participou de um ritual espiritual ecológico com o teólogo Marcelo Barros. Letícia recitou textos de Marcus Viana que fazem parte de um CD de poemas místicos do Oriente lançado por ela em 2003.
O teólogo Leonardo Boff, autor de mais de 60 livros, foi a segunda estrela da manhã e um dos mais aplaudidos. Ele explicou os fundamentos da Carta da Terra, um projeto iniciado na Eco-92 com o objetivo de orientar a sociedade e os estados em relação ao desenvolvimento sustentável, a igualdade e a justiça. Aprovado pelas Nações Unidas em 2002, o documento pretende ser um código de ética planetário. - Nós estamos cansados de meio ambiente. O que nós queremos é o ambiente inteiro, declarou, mostrando sua visão holística sobre o planeta e os rescursos naturais.