Marina Silva acuada no Fórum Social Mundial
2005-01-28
Sob grande expectativa dos jornalistas brasileiros e estrangeiros, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, concedeu ontem (27/01) entrevista coletiva no primeiro dia do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.
Chegou ao local da entrevista, marcada para às 16h, com atraso de alguns minutos. Parecia cansada. Fez uma breve explanação sobre os dois primeiros anos a frente do ministério. Falou sobre a implantação de uma política ambiental que, a pedido do presidente Lula, considerasse o combate à pobreza. Marina detalhou os quatro eixos da tal política:
- Controle político e social, que visa a realidade do país, criando os fóruns de participação social;
- Desenvolvimento sustentável- combate à pobreza sem prejudicar o meio ambiente;
- Fortalecer o Sistema Nacional do Meio Ambiente;
- Política Ambiental Integrada- diálogo com todos os setores, inclusive dentro do próprio governo.
Passando adiante
Quando passou a responder as primeiras perguntas, ficou nítido seu desconforto. Talvez fruto do cansaço, diziam alguns aos cochichos. O fato é que respondeu às perguntas dos jornalistas de maneira ríspida, quase no limite da paciência, algumas vezes. Marina teve que explicar os impactos ambientais de empreendimentos, principalmente na área energética, em diversos pontos do país, em especial, a Usina de Barra Grande, na divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Sobre isso, a ministra repetiu o discurso do Ibama e do próprio ministério. — O MMA agiu da melhor maneira possível nesse caso, abrindo processo interno para apurar responsabilidades, destacou. Marina ainda enfatizou que o Termo de Ajustamento de Conduta foi uma iniciativa conjunta com o Ministério Público e que agora a decisão está nas mãos da Justiça.
Outra questão, óbvia, mas ainda incômoda ao MMA, foi a dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). A ministra afirma que o Ministério do Meio Ambiente, apesar da derrota no Senado, não abre mão do substitutivo que resguarda o Princípio da Precaução para liberação dos transgênicos. — O MMA não faz lei para a soja. O Brasil é um país mega-diverso e isto não significa que seja uma posição contrária, disse ela. — Somos favoráveis a que o licenciamento ambiental seja feito sempre que necessário, completou.