Organização francesa levanta suspeitas sobre atuação de ONGs na região amazônica
2005-01-28
A France -Amerique Latine, organização não-governamental francesa, quer ampliar suas ações no Brasil, em especial na Amazônia. Com sede em vários países latino-americanos, como Bolívia, Colômbia e México, os franceses pensam que agora chegou o momento brasileiro. Aliás, 2005 é o ano do país na França, cujas comemorações iniciam em maio, seguindo até dezembro. Michel Forgeon, um dos coordenadores, presentes no V Fórum Social Mundial em Porto Alegre, explica que a sua ong atua em três frentes: Economia, Social e Ambiental. Esta última tem direção certa: A Floresta Amazônia.
O temor dos gringos é a presença de forças estrangeiras em território amazônico, em especial, multinacionais americanas e européias. Forgeon levanta uma suspeita grave sobre as grandes ongs internacionais que atuam no Brasil e que têm grande simpatia e conhecimento do público. O francês cita as relações perigosas que a WWF mantém, por exemplo, com uma empresa cimenteira da França, a Ciment Lafarge. - De onde vêm esses recursos todos, isso tem de ser explicado, argumenta. Para ele, empresas como a Lafarge, conhecida pelas práticas não muito amigas da natureza, estão se aproveitando de acordos internacionais, como o Protocolo de Kyoto para poluirem ainda mais em seus países de origem. - E por que ongs como a WWF aceitam dinheiro dessas empresas sem questionamentos?, pondera.
Danielle Maquelly, também membro da France Amerique Latine, aponta suas críticas para o Greenpeace, que já teve, segundo ela, um diretor ligado a multinacional da Química, Solvay. Algo inusitado, tendo em vista a grande campanha que o Greenpeace desenvolve contra os produtos químicos perigosos.
Governos
Para os franceses, a atuação dos governos deveria ser mais radical na defesa da floresta amazônica. - Há uma presença incômoda de estrangeiros que deveria ser revista. Danielle cita a água e a biodiversidade do lugar como altamente sedutoras para multinacionais inescrupulosas. Forgeon acredita que a solução para o problema da invasão silenciosa da Amazônia passa pela defesa da soberania. - Governos devem conservar sua soberania, é algo imprescindível, tendo em vista que a água será o petróleo de amanhã, profetiza ele.