O Brasil terá 5 milhões de sacas de sementes de soja transgênica de soja disponíveis para o plantio da safra 2005/2006. As cultivares estão sendo multiplicadas em cerca de 250 mil hectares e o volume será suficiente para semear quase 30% da área destinada à soja, diz o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Ywao Miyamoto. Ontem (25/1), em Porto Alegre, o dirigente participou do seminário Desenvolvimento Sustentável: tudo começa na semente, integrante do projeto BioBrasil, promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento Socioambiental (Idesa). O seminário de ontem ainda abordou temas como o impacto da evolução da engenharia genética na agricultura, a produção de alimentos orgânicos e o plantio direto. O evento já foi realizado em São Paulo, Curitiba e Brasília, no ano passado, e irá para Cuiabá, Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro depois da capital gaúcha.

O pesquisador do Centro de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa Francisco Aragão, analisou que a versão da Lei de Biossegurança que saiu do Senado irá facilitar a realização de experimentos com variedades transgênicas. A legislação atual prevê a necessidade de obter sete diferentes licenças para realizar testes de campo com produtos geneticamente modificados, lembrou Aragão. Com o novo texto, a autorização das pesquisas cabe à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e a fiscalização, aos demais órgãos do governo.
– Precisamos de agilidade. Se a lei for aprovada, vamos ter mais facilidade de reproduzir experimentos pontuais em outras regiões, afirmou.
Na forma atual, o procedimento de autorização causa demora no andamento das pesquisas, conforme Aragão, já que as sete licenças precisam ser obtidas para cada local de testes. (JC, 9)