ONU compara perda de espécies, hoje, à extinção de dinossauros
2005-01-26
Especialistas reunidos em Paris na Cúpula Internacional sobre Diversidade propuseram a elaboração de um texto que alerte aos países sobre a degradação que sofre a biodiversidade do planeta.
Segundo o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Klaus Toepfer, a Terra vive uma crise sem precedentes desde a extinçao dos dinossauros.
–Quarenta e cinco por cento dos bosques desapareceram, além de 10% dos corais, e o resto está gravemente ameaçado, alertou Toepfer.
Os cientistas consideram o atual ritmo de desaparecimento de espécies entre 100 e 200 vezes superior ao normal. O planeta está ameaçado pela perda progressiva da riqueza animal e vegetal, derivada principalmente da contaminação gerada pelo desenvolvimento industrial.
A maioria dos setores critica a falta de compromisso dos atores internacionais com a biodiversidade, e esta conferência já é interpretada como o fracasso dos objetivos marcados na Conferência sobre a Biodiversidade realizada no Rio de Janeiro, em 1992, na qual 188 países firmaram compromissos, mas sem estabelecerem obrigações nem objetivos concretos. Isto também se repetiu na Cúpula da Terra realizada em 2002 em Johannesburgo.
O desaparecimento de espaços verdes, com a redução progressiva dos pulmões da terra, afeta profundamente a capacidade de oxigenação do planeta. A cada ano, são perdidas 14 milhões de hectares de bosques. (El Mundo, 26/1)