Contaminação das Águas Subterrâneas por Nitrato e sua Relação com a Estrutura Hidrogeológica nos Bairros de Pirangi e Ponta Negra, Natal/RN
2005-01-26
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido na cidade de Natal/RN, em uma área de 30,0 km2 situada entre os bairros de Pirangi e Ponta Negra. O principal objetivo do mesmo foi avaliar a influência da estrutura hidrogeológica na contaminação das águas subterrâneas por nitrato. A geologia da área é formada por arenitos calcíferos a calcários (unidade basal), sedimentos arenosos a argilosos (Grupo Barreiras)e sedimentos de dunas (unidade de topo). Na região de Ponta Negra o sistema aqüífero possui características do tipo livre, sendo formado pelas dunas e sedimentos do Grupo Barreiras. Na região de Pirangi, os sedimentos da porção superior do Grupo Barreiras são bastante argilosos, funcionando como uma camada semi-confinante (aquitard) dos sedimentos da porção inferior do Grupo Barreiras.
Isso condiciona a ocorrência de um nível aqüífero suspenso, formado pelas dunas. As concentrações de nitrato na região de Ponta Negra não ultrapassam o limite de potabilidade. A fonte de nitrogênio pode corresponder à disposição dos esgotos em fossas e sumidouros escavados no meio insaturado, onde a matéria orgânica contida nos mesmos provavelmente é degradada para nitrato por bactérias especializadas, sendo em seguida lixiviado para as águas subterrâneas, contaminando-as. Os esgotos gerados na região de Pirangi também são dispostos em fossas e sumidouros escavados no meio insaturado. As dunas dessa região correspondem a um nível aqüífero suspenso, de modo que o conjunto formado pelos meios saturado e insaturado, esgotos e a grande disponibilidade de oxigênio criaria um ambiente favorável à proliferação de bactérias aeróbicas, gerando nitrato a partir da degradação de matéria orgânica contida nos esgotos. Esse contaminante é conduzido para as águas subterrâneas, contaminando as águas armazenadas nos sedimentos do Grupo Barreiras. Nessa região, as águas subterrâneas mostram-se com teores de nitrato mais elevados, muitas vezes superiores ao limite de potabilidade de 10,0 mg/L N-NO3-.
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Autor: Edeweis Rodrigues de Carvalho Junior.
Contato: (xx) 215.3235.