A Espanha tem concedido maior espaço aos direitos de poluição das plantas a carvão às custas das usinas de produção energética movidas a gás em seus planos de limitar as emissões totais de dióxido de carbono, informou, na última quinta-feira (20/1), o Ministério da Indústria.
Pressionado pela indústria de carvão e pela Endesa, a maior companhia energética que detém a maior parte das plantas de energia a carvão do país, os ministros modificaram a alocação dos direitos de emissão na aprovação do plano de 2005 a 2007, em um encontro de gabinete.

–O plano leva em conta alguns argumentos da Endesa, disse a companhia, em uma declaração. A alocação inicial do governo, parte de um amplo plano da União Européia para limitar a produção de gases de efeito estufa e cumprir as diretrizes do Protocolo de Kyoto, dava a plantas movidas a carvão o direito de emitir um total de 148,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono por três anos, divididos em quantidades anuais declinantes. No plano definitivo de quinta-feira passada (20/1), o total já havia subido em 4,5 milhões de toneladas, atingindo 153,2 milhões de toneladas.

Para fazer o acréscimo, o plano cortou os direitos de emissões do ciclo combinado de plantas e reduziu a reserva para novas estações de energia que Võ entrar em operação.
A Endesa e a terceira empresa de energia da Espanha, a Union Fernosa, serão beneficiadas com emissões extras, enquanto sua rival Iberdrola, que produz a maior parte de sua geração a partir de plantas de gás natural e hidrelétricas, sairá perdendo. O gás natural, que recém chegou ao mercado, também perde. A Espanha, atualmente, produz 40% a mais de dióxido de carbono do que é permitido pelos limites de emissão do Protocolo de Kyoto. (Planet Ark, 24/1)