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2005-01-24
Em pesquisa feita para observar como o setor agrícola reagiu à grande expansão da soja desde 2001, o Ipea sugere que o aumento da área plantada se baseia na conversão de pastagens degradadas, e não na exploração de áreas virgens de floresta ou cerrado. O pesquisador do Ipea Gervásio Castro de Rezende, professor de economia da Uerj, diz que não é possível estabelecer relação entre a soja e os desmatamentos, pois são necessários pelo menos dois anos para que a agricultura seja viável em área virgem. Rezende diz que a soja não deve ser vista como inimiga, pois ela seria uma facilitadora da política ambiental. O exemplo citado é a construção de estradas para escoamento da produção, o que facilitaria também a fiscalização de órgãos ambientais.

Folha - Que resultado se obteve com a pesquisa?
Gervásio Castro de Rezende -Verificamos que a área total cultivada, que era constante na década de 90, voltou a crescer e que isso foi devido à soja. Eliminamos, porém, a possibilidade de que isso tenha ocorrido em áreas virgens. Para uma área virgem se tornar viável para a agricultura, é demandado muito tempo. Pode-se levar até dois anos para a terra do cerrado se tornar produtiva. Imagina só com a floresta amazônica. Um fenômeno como esse, da expansão da soja em tão pouco tempo nunca poderia ter acontecido em áreas virgens.

Folha - Onde teria sido, então?
Rezende - O mais provável é que tenha sido feita a ocupação em áreas de pastagens degradadas, pois ela já está formada há muito tempo. É uma área fácil de se ocupar. Analisamos que, além disso, a pecuária se tornou atraente nesse período (2001-2004).

Folha - O sr. não acha que a pecuária tenha estimulado fazendeiros a procurar terras no interior da Amazônia, deixando as outras, na área de transição com o cerrado, para o cultivo de soja?
Rezende - Esse é um argumento vagabundo. A pecuária que está se expandindo na Amazônia oriental [Pará] é uma pecuária que vem se instalando em locais inadequados para a lavoura. Não tem nada a ver com o período recente e não disputa com a soja. E a soja não deve ser vista como inimiga. Ela tem características que ajudam a floresta, facilitando a política ambiental.

Folha - Como isso é possível?
Rezende - A BR-163, por exemplo, é uma estrada que só está asfaltada até o norte do MT. A explicação [dos ambientalistas] é que, se asfaltar, vem a soja e acaba com a floresta. É o argumento mais cretino. Mesmo sem o asfaltamento já estão acabando com ela.

Folha - Mas a estrada estando asfaltada a situação não pioraria?
Rezende - Achamos que isso vai tornar viável a política ambiental. Isso de o pessoal [ambientalistas] dizer que o demônio é a soja simplifica o problema e tira de foco outras questões.
A única coisa que estamos dizendo é que, para ter havido expansão tão rápida em prazo curto, isso nunca poderia ter se baseado em abertura de área virgem. O mais provável é que tenha se dado preponderantemente na ocupação de pastagens degradadas.
É muito fácil esse pessoal ser maniqueísta. Isso é demonização da soja. Esse pessoal costuma reinar absoluto. Tem de botar economista no meio, levar em conta outros argumentos. Temos que entender melhor o que está acontecendo na agricultura brasileira. (FSP/23/1)

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