A situação da Lagoa do Peixe, localizada entre os municípios de Mostardas e Tavares, é crítica. Cerca de 90% da sua área estão secos. A informação foi divulgada ontem pela chefe do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Maria Tereza Melo. Ela explicou que na quinta-feira o mar estava agitado e o vento Sul fez com que entrasse água na lagoa, favorecendo a fauna que estava morrendo. Os pescadores da região disseram, baseados na experiência que têm, que para modificar a atual situação da Lagoa do Peixe seria preciso que o quadro da quinta-feira (19/01) se repetisse por outros três dias. Maria Tereza contou que há peixes morrendo, como tainhota e linguado, mas não mortandade, pois os pescadores seguem pescando. Segundo ela, em uma lâmina dágua, alguns chegaram a pegar peixes com as mãos.

Em razão da possibilidade de a lagoa secar totalmente, a safra do camarão foi aberta, de forma emergencial, no último dia 10, para os 174 pescadores autorizados a atuar no Parque. No início, eles estavam capturando crustáceos grandes, pelos quais obtinham melhor preço. Agora, o tamanho dos camarões já é bem menor. Apesar de a liberação da captura ter sido antecipada, os pescadores ainda serão prejudicados, pois a safra poderia ser bem melhor. Nesta situação de seca, resta ao Ibama tentar minimizar os danos. Devido a convênio com a Marinha para fiscalização, a chefe do Parque esteve sobrevoando a área no início da semana em um helicóptero, para ter uma visão panorâmica e verificar a retirada de água para plantações de arroz. Foram encontradas bombas de captação, as quais estão sendo verificadas por terra. Outro fato que preocupa o instituto é a grande quantidade de pínus existente na área do Parque e no seu entorno. A árvore é conhecida por absorver muita água. (CP, 22/01, 20)