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2005-01-24
As novas rodadas de concessões de projetos de infra-estrutura nas áreas de óleo e gás natural, transportes rodoviários e geração e transmissão de energia, todas previstas para serem realizadas ao longo de 2005, têm potencial para atrair, juntas, mais de R$ 12,6 bilhões em recursos de companhias privadas e públicas, nacionais e estrangeiras. O cálculo é da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib).

Em 2003, o faturamento do setor, que emprega 281,3 mil profissionais, foi de R$ 132,1 bilhões. Como no setor os investimentos são de longa maturação, os recursos serão aplicados ao longo de, no mínimo, cinco anos. Dessa forma, investimentos oriundos de rodadas de concessões realizadas no passado ainda trazem resultados positivos. - O planejamento dos ministérios precisa prever outorgas ao setor empresarial anualmente, criando condições para estabelecermos uma base sólida para um crescimento sustentável, por anos seguidos, defende o presidente da Abdib, Paulo Godoy.

No setor de óleo e gás, onde as regras estão mais estabilizadas, as concessões têm ocorrido anualmente. Desde agosto de 1998, os leilões ocorrem, ininterruptamente, ano a ano. Os blocos concedidos acumulam uma receita total, a ser paga pelos investidores ao Tesouro Nacional, de R$ 2,16 bilhões em bônus. Calcula-se que nas duas últimas rodadas, somente na fase de exploração, os investimentos atinjam R$ 2,5 bilhões. A próxima rodada deve ser realizada em outubro de 2005.

Refap será o principal empreendimento no Estado No Rio Grande do Sul, o empreendimento com o maior volume de investimento que será concluído em 2005 será a ampliação da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). - O aumento da produção começará a partir de abril e a operação completa poderá ser efetivada a partir de julho, informa o diretor presidente da companhia, Hildo Henz. No total, as obras deverão acumular recursos na ordem de US$ 804 milhões.

Quando completa, a ampliação permitirá que a capacidade de processamento de petróleo da empresa situada no município de Canoas passe de 20 mil metros cúbicos por dia para 30 mil metros cúbicos por dia. Além disso, o investimento na refinaria permitirá que 80% do petróleo a ser processado seja de origem nacional. Atualmente, devido ao perfil dos equipamentos da companhia, apenas 25% do óleo refinado pela Refap é do Brasil. Henz argumenta que o projeto de expansão não foi realizado pensando no mercado atual, mas sim na demanda futura. - Esta obra poderá abastecer o mercado pelo menos nos próximo seis anos, prevê o dirigente. Além da ampliação dos insumos que já são produzidos pela Refap, a companhia entrará no mercado petroquímico com a fabricação de propeno. (JC, Empresas & Negócios) Novas barragens podem amenizar efeitos da seca O Ministério da Agricultura realizou uma reunião com representantes de diversas entidades gaúchas e nacionais para apresentar os resultados de um estudo encomendado à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 2002. Foi realizado um complexo levantamento topográfico para definir quais são os melhores locais para construção das barragens. Houve a seleção de 49 locais onde o impacto ambiental das construções não seriam tão profundos. Destes, foram destacados os projeto de dez barragens que amenizariam os efeitos da seca na agricultura.

- Pequenos agricultores não tiram água do rio, esperam chover, afirma Jussara Cabral Cruz, professora da UFSM. Segundo ela, o projeto é economicamente viável, já que o custo total da construção das barragens seria de apenas R$ 292,4 milhões. - Em dez ou quinze anos, sem diminuição de lucro, as barragens se pagam. Se os próprios agricultores pagassem essa conta, a parcela de cada um seria muito pequena. O governo tem a garantia de retorno do investimento, diz. A professora salienta que somente neste ano, as perdas do setor agrícola somam R$ 2,84 bilhões, e que este dinheiro poderia custear as obras. Os técnicos concluíram que haverá um acréscimo de 171% nos rendimentos das lavouras beneficiadas com a irrigação.

O delegado substituto do Ministério da Agricultura José Euclides Severo lembra que existem discordâncias em relação ao projeto da equipe de Santa Maria e que outras universidades, como a Ufrgs também realizam estudos na área. - Ao todo, temos em torno de trinta sugestões de soluções para este problema. Vamos reunir todas e montar uma estratégia para diminuir os efeitos da seca de forma pontual. O que não podemos é achar que a chuva resolve tudo, pois no ano seguinte o problema retorna. Água não falta no Estado, o que falta é encontrarmos uma maneira dela chegar a todos os pontos. Procurar soluções em cima da crise não dá certo, diz ele. Entidades como a Embrapa Trigo, o IBGE e o Ibama questionam a viabilidade da construção e se os benefícios seriam estendidos a todos os agricultores e não somente aos grandes produtores. (JC, 9)

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