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2005-01-21
Por E. San Martin (Nova York)
Os Estados Unidos, maiores produtores de etanol a partir do milho, querem diversificar as fontes de matéria prima para o combustível, com aproveitamento do melaço da cana de açúcar, conforme a tecnologia desenvolvida no Brasil. O primeiro estudo de viabilidade industrial está em andamento na Flórida, visando reaproveitar a grande produção de cana naquele estado sulista.
Atualmente, os EUA contam com 81 usinas de etanol, concentradas nos 19 estados da região central, os Great Plains, onde se encontra a maior parte das culturas de milho. Agora, com demanda crescente de combustíveis renováveis, mais o baixo preço e a instabilidade do mercado de açúcar, os americanos estão se voltando para a produção do combustível vegetal a partir dos subprodutos açucareiros, como o melaço.
A coorperativa dos Cultores de Cana da Flórida acaba de receber o primeiro relatório confirmando a viabilidade do projeto, de acordo com o vice-presidente de operações da cooperativa, Jose Alvarez, que antecipa: apesar das boas perspectivas, ainda não tomamos uma decisão.

Hesitação antiga
A hesitação do produtores da Flórida é antiga. Nos últimos 25 anos, o setor açucareiro considerou duas vezes a produção de etanol de cana, mas desisistiu, por se achar sem condições de competir, a nível de preço, com o etanol feito de milho. Agora, acrescenta Alvarez, a situação mudou. Há crise energética, há maior demanda por etanol e novos métodos de refino. - A proposta sempre vem à tona quando o preço do petróleo sobe muito. A U. S. Sugar Corp., outro produtor de cana da Flórida, também está considerando a possibilidade. As vantagens econômicas da produção de etanol nos EUA são evidentes, de acordo com a Associação para Combustíveis Renováveis. Um levantamento realizado pela consultora Lecg indica que a mistura de 10% de etanol na gasolina reduziria em 5% o preço dos combustíveis, representando uma economia anual de US$ 3,3 bilhões ao consumidor.
A Florida Crystals, por outro lado, considera altamente complexa a construção de usinas e da infra-estrutura necessárias para produção de etanol de cana, prevendo investimentos de Us$ 60 milhões para produzir 30 milhões de galões ao ano. Inicialmente, o preço do produto ficaria em US$ 2 por galão, ou seja, de 10% a 20% mais barato do que a gasolina comum nos EUA. Ao mesmo tempo, o baixo custo do etanol de cana dependerá da estabilidade do mercado de açúcar, a fim de manter a oferta do seu principal insumo, o melaço.
O mercado, entretanto, está em expansão. O país atualmente utiliza mais de 3 bilhões de galões de etanol por ano, ou seja, apenas 1% dos 300 bilhões de galões de gasolina consumidos. As projeções indicam que, dentro de cinco anos, a produção e aproveitamento do etanol nos EUA será da ordem de 8 bilhões de galões ao ano. Ainda sem fazer etanol de cana, os EUA continuam expandindo a produção do combustível feito a partir do milho. No início da semana, por exemplo, foi anunciada a formação da empresa Green Renewable Enerny, Ethanol and Nutrition of Lehigh Valley, que investirá US$ 70 milhões para construir uma usina de etanol de milho, trazendo mais um estado para a lista de produtores, a Pensilvânia.

Sub-produtos
A usina de Northampton, deverá entrar em funcionamento já em 2006, gerando 50 milhões de galões por ano, a partir de 160 mil toneladas de grãos. O refino do etanol, por outro lado, gera grande volume de dois subprodutos, um deles altamente poluente, o dióxido de carbono, que coletado e filtrado pode ser reaproveitado por fábricas de refrigerantes. O outro sub-produto é o grão concentrado, ou grão de distilaria, que é muito rico em proteína e conta com vasto mercado externo, exportado para fabricantes de bebidas alcoólicas.
- O potencial do etanol nos EUA é enorme, destaca Bernie Hoffman, da construtora de usinas ICM. Suas projeções indicam que o país consumirá cerca de 3,25 bilhões de galões até o final do ano, um crescimento de 800 milhões de galões em relação ao ano anterior. O alta no consumo de etanol, seja a partir da cana ou do milho, em contra partida, oferece um novo risco ao meio ambiente, de acordo com David Santillo, pesquisador do laboratório ambiental do grupo Greenpeace na Universidade de Exeter, na Inglaterra. - Em relação ao consumo, o etanol é um combustível muito menos nocivo e poluente do que a gasolina, comentou Santillo, destacando que o mesmo não se dá na produção do combustível. - O etanol também pode se tornar um agente predador do meio ambiente, devido o uso excessivo de pesticidas e fertilizantes no cultivo do milho e da cana-de-açucar. Para a Greenpeace, o etanol pode se tornar mais uma ameaça ambiental, caso se desenvolva uma demanda global pelo produto. - Nos Estados Unidos, muitos produtores estão reaproveitando combustível fóssil altamente tóxico para produzir o etanol, comentou um portavoz da organização.

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