O Rio de Janeiro está sob risco de viver uma nova epidemia de dengue neste verão. Segundo o Levantamento Rápido de Índice de Infestação, feito pelo Ministério da Saúde no Rio em parceria com o estado e o município, 93% das áreas analisadas apresentavam um índice de infestação pelo Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, acima de 1%. De acordo com técnicos, lugares com índices acima deste percentual apresentam condições favoráveis para a transmissão da doença.

– Não estou anunciando que vá estourar uma epidemia, mas o Rio está vulnerável e temos de trabalhar para que este nível fique abaixo de 1%, disse o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, responsável pelo estudo. – O Rio está sob o risco de uma epidemia porque está com muito mosquito. O Grande Rio é a área de maior vulnerabilidade para epidemia. Do levantamento feito no Brasil inteiro, é a região que mais tem municípios com altos índices de infestação.

Segundo Barbosa, no Grande Rio combinam-se três fatores favoráveis à existência de uma epidemia: o clima quente de janeiro a maio, favorável à proliferação do mosquito; a falta de infra-estrutura urbana; e o fato de o Rio ser a porta de entrada de turistas no país. – O perigo no Rio é entrar uma nova variedade do vírus, disse o secretário.

No município do Rio, o índice de infestação predial médio de toda a área pesquisada foi de 5,5%. Barbosa informou que qualquer área com índice de infestação superior a 5% apresenta risco de epidemia. A presença do mosquito foi constatada, principalmente, em vasos e pratos com plantas (28,8%) e em depósitos de água (22,4%).

Barbosa disse que a prefeitura do Rio tem que concentrar o trabalho dos agentes de epidemias nos pontos indicados como críticos pelo levantamento, organizar mutirões para retirada de lixo em terrenos baldios e fiscalizar os locais de alto risco de proliferação dos mosquitos, como ferros-velhos, parques e borracheiros. (O Globo 20/1 )