Terminou às 20h de ontem, no trevo de acesso à usina de Campos Novos, às margens da BR 470 em Santa Catarina, a manifestação iniciada terça-feira (18/01) por 400 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens da bacia do rio Uruguai. Após um dia tenso, em que os agricultores viraram um veículo de empresa que participa da obra e fizeram dois bloqueios na estrada, os atingidos realizaram uma assembléia e optaram por encerrar o acampamento, após a garantia de serem recebidos pelo governo federal para apresentar as suas reivindicações.

Pela manhã, o grupo interrompeu o trânsito na BR 470 das 7h45min até perto do meio dia. À tarde, repetiu a interrupção. Longas filas de caminhões e de carros de passeio se formaram nas duas ocasiões. Cerca de 800 operários que precisavam entrar na área da barragem ficaram retidos e 25 veículos da construtora tiveram os pneus esvaziados. A empresa Campos Novos Energia S.A. (Enercan) distribuiu uma nota em que afirma estranhar a ação dos atingidos e estar negociando com transparência e seriedade desde o início da implantação do empreendimento com a população residente na área de abrangência do lago da hidrelétrica. Conforme o documento, não foi a empresa que escolheu os interlocutores, mas sim as famílias afetadas, que elegeram os que são seus representantes legítimos e legais nas negociações. A Enercan destaca, na nota, que está em dia com as exigências das famílias atingidas e que em março estarão concluídos os reassentamentos rurais coletivos para os atingidos. O prazo seria até anterior ao que foi fixado no cronograma.

De acordo com o MAB, hoje deverá ocorrer uma reunião entre as partes, em Campos Novos, com a presença de um procurador-geral da República para dar andamento às conversações. (CP, 20)