A construção de uma casa na zona sul de Porto Alegre está mobilizando a vizinhança, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Smam) e o Ministério Público. O proprietário do terreno localizado na Estrada Retiro da Ponta Grossa, bairro Belém Novo, Luciano Machado, foi notificado por desmatamento de área de mata nativa e por ter iniciado um aterramento às margens do Guaíba. Revoltados com a derrubada de árvores como figueiras e canelas, a queima de vegetação remanescente da Mata Atlântica e o aterramento em área pública, vizinhos entraram em contato com a Smam e a Câmara de Vereadores.

A secretaria já expediu três notificações contra o proprietário, por remoção e queima de vegetação e por movimentação de terra. O vereador Carlos Comassetto (PT) decidiu encaminhar uma denúncia à Promotoria de Meio Ambiente Ministério Público. Segundo a assessoria da promotora Sandra Segura, o caso deverá ser analisado a partir de hoje. - Como é uma área íngreme, pode haver risco até de deslizamento, alega o vereador.

Comassetto também alega que a remoção de pedras do leito do Guaíba para construir um muro é outro crime ambiental. - Para não falar que este muro invade a orla do Guaíba, que é uma área pública por lei, alega. A Smam afirma que exigirá compensações ambientais do proprietário do terreno, e não descarta a aplicação de multas pelo corte das árvores sem autorização da prefeitura.

Contraponto
O que diz Luciano Machado, proprietário da área:
- Estamos tirando as pedras e dei uma procuração para um engenheiro tratar com a Smam o que deve ser feito. Enquanto isso, a obra está parada. Estamos trabalhando para regularizar a situação. Eu não sabia que era proibido. (ZH, 54)