Extinção está relacionada ao aquecimento global
2005-01-21
Cientistas chamam de Grande Morte a catástrofe que há 250 milhões de anos varreu 90% das espécies do oceano e 70% das espécies terrestres na maior extinção em massa da história geológica da Terra. A causa desse cataclisma é objeto de uma grande disputa entre paleontologistas, mas pesquisadores liberaram, anteontem (19/1), um documento que oferece novas evidências de que o aquecimento global causado pela massiva atividade vulcânica deve ter sido o vilão da extinção.
Grandes quantidades de dióxido de carbono foram liberadas ao ar a partir das fissuras vulcânicas que os geólogos conhecem como Armadilhas Siberianas, espalhando um efeito estufa que aqueceu a Terra e retirou oxigêniio da atmosfera, causando deterioração ambiental e, finalmente, colapso.
Um segundo conjunto de conclusões sugere que o aquecimento também interferiu na capacidade de os oceanos de refrescarem o suprimento de oxigênio, causando a esterilização do mar, destruindo a vida marinha e permitindo às bactérias anaeróbicas (que não requerem oxigênio) liberarem o venenoso sulfito de hidrogênio para o ar.
Os dois relatórios, preparados de forma independente, levantam dúvidas sobre outra teoria – a de que a Grande Morte foi causada pelo impacto de um asteróide ou cometa que levou à extinção em massa de dinossauros há 65 milhões de anos. Os dois estudos foram publicados anteontem (19/1) pela Science Express, a versão online do jornal Science. (Washington Post, 21/1)