Das 20 cidades mais poluídas do mundo, 16 estão na China
2005-01-20
Todos julgam a China um exemplo, mas poluição e crise de energia podem conter o gigante e ameaçar o mundo.
Um dos maiores desafios da China atualmente é a questão ambiental. O ritmo veloz da última década resultou num aumento dramático da demanda por energia. Ao mesmo tempo, o país não conseguiu desenvolver fontes suficientes para supri-la.
Os chineses estão desesperados por qualquer energia. Há interesse em carvão, petróleo e combustíveis fósseis. Tamanha demanda -- afinal, são 1,2 bilhão de pessoas -- só faz piorar a poluição e o aquecimento global. Embora a China tenha aderido ao Protocolo de Kyoto e reduzido a emissão de gases nos últimos anos, o crescimento funciona como uma espécie de vício. (E, de acordo com as últimas estimativas, o país ainda é o segundo maior emissor de gás carbônico do mundo.) Para obter energia no curto prazo, os chineses farão o que for necessário e não prestarão tanta atenção nos problemas ambientais resultantes quanto deveriam. Isso já aconteceu nos Estados Unidos, na Europa, em todo o mundo. Só que agora estamos lidando com um quinto da população global.
A China assinou o Protocolo de Kyoto em 2002 e obteve redução nas emissões de gás carbônico. Mas os chineses vivem numa espécie de corda bamba ao tentar manter o crescimento do PIB. A China precisa fazer a transição dos combustíveis para uma economia de energia renovável e buscar formas alternativas de vida para as pessoas, pois o mercado de trabalho não precisa de todos. Ela tem de encorajar a educação para a sociedade civil. Sem fazer isso, o país vai continuar a vagar como o resto do mundo, sem perceber que há mudanças fundamentais em curso tanto no clima global, causadas pelo uso da energia, quanto no emprego, causadas pela tecnologia. (Exame, 13/1)