Pernambuco inaugura laboratório para tratar resíduos farmacêuticos
2005-01-20
O Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) implantou um sistema de tratamento de resíduos, com capacidade para processar 85 metros cúbicos por dia. A unidade é formada por um conjunto de tanques sépticos, ligados ao longo de toda a fábrica a um único tanque onde é realizado o tratamento biológico. O investimento foi de R$ 400 mil.
De acordo com o presidente do Lafepe, Luiz Alexandre Almeida, tudo começou há cerca de três anos, quando a Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH) detectou que o esgoto bruto lançado pela fábrica diretamente no Riacho Camaragibe causava poluição. Em julho de 2001, a estatal assinou um termo de compromisso com o órgão para solucionar o problema.
Capacitação
Devido ao seu maior impacto no meio ambiente, os resíduos líquidos - restos sanitários, de limpeza e alimentação - foram tratados logo na primeira etapa, através de um procedimento bacteriológico. - A caracterização de efluentes é necessária para termos conhecimento do que era lançado a céu aberto e definir a melhor forma de tratamento, explica coordenador de Boas Práticas de Fabricação João Rui Alencar. No caso dos resíduos sólidos (cerca de 42 mil quilos por ano), a estatal elaborou um plano de gerenciamento - também aprovado pela CPRH - para dar melhor destinação aos diversos tipos de material gerados pela empresa. Esse plano, que deve entrar em funcionamento no próximo mês, prevê a implantação de coleta seletiva, central de armazenamento e capacitação dos funcionários.
Material doado
Ocupando uma área de 85 metros quadrados, a Central de Armazenamento será dividida em blocos específicos para guardar, por no máximo 72 horas, vidros, material metálico, papel e papelão, plásticos, madeira, resíduos não-recicláveis e resíduos de caráter perigoso. Anualmente o laboratório produz cerca de 28,5 toneladas de papel e papelão; 3,5 toneladas de plásticos, 3 toneladas de pedaços de madeira, 5 toneladas de laminados de PVC e alumínio e 1,2 tonelada de resíduos químicos (matéria-prima sem qualidade técnica e medicamentos vencidos). De acordo com a natureza de cada um, todo o material coletado será doado a ONGs, incinerado ou vendido a empresas licenciadas pela CPRH. O papel, papelão e plástico, por exemplo, serão doados; a madeira, vendida; e laminados de PVC, alumínio e lixos químicos, incinerados pela Serquip - única empresa do Estado licenciada pela CPRH para tal função. Para garantir que o sistema de tratamento dos resíduos líquidos esteja funcionado na mais perfeita ordem, há um monitoramento diário para verificar se as bactérias estão realmente eliminando esses dejetos.