A dança do desmatamento consentido
2005-01-19
A Justiça já mandou a Baesa parar de cortar as árvores. Depois reverteu a decisão. Aí foi a vez dos atingidos impediram a Baesa de continuar. Aí a Justiça os mandou parar de incomodar a Baesa.
Ai a Justiça reverteu a decisão revertida e autorizou a Baesa a recomeçar um corte parcial, até que ela mesma, Justiça, possa decidir se se pode ou não derrubar árvores protegidas por lei. Se por acaso a Senhora Cega decidir que não se poderia, é provável que as araucárias já estejam servindo de lenha em pizzarias.
Na confusão a Baesa avança. Cada pé de arbusto arrancado é uma pequena vitória. No início do ano ela arregimentou 200 homens para derrubar a mata na área do lago, amparada numa liminar judicial.
O poderoso MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), que até novembro fizera vigílias nas estradas para impedir a passagem dos cortadores, abaixou a guarda depois que a Baesa lhe abriu os cofres, em dezembro.
O ímpeto defensor da natureza do MAB arrefeceu com as promessas de reassentamento de 237 famílias, a compra de 200 hectares de terra fora da área, 400 casas populares, 1.400 cestas básicas e energia grátis para 600 famílias.