UFMG pesquisa café como matéria-prima para obtenção do biodiesel
2005-01-18
Novo destino está sendo traçado, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para os grãos de café classificados como defeituosos, e que não ganham o mercado externo. Por sugestão do Sindicato das Indústrias do Café de Minas Gerais (Sindcafé), professores da Escola de Engenharia iniciaram pesquisa sobre a viabilidade de seu aproveitamento para a produção de biodiesel. Os estudos são financiados pela Fapemig, que aprovou, em 2003, a liberação de R$ 30 mil.
O valor destina-se ao custeio de pequena escala de trabalho em laboratório, informa uma das coordenadoras da pesquisa, a professora Adriana Silva França, do departamento de Engenharia Química. O trabalho consiste em realizar a extração do óleo, isolar impurezas e verificar a viabilidade de seu uso para a produção do biodiesel. O método vale-se de solventes, indicado para sementes de baixo teor de óleo, como as do café.
Estima-se que, de cada 100 quilogramas de café, é possível obter 12 quilogramas de óleo. Apesar de produzir pouco óleo - a soja fornece 20% e o babaçu 60% de sua massa -, o café possui vantagens em relação a outras oleaginosas, sobretudo devido ao volume de sua produção e ao custo reduzido do processo de aproveitamento dos grãos defeituosos, cuja separação já ocorre no beneficiamento convencional. (JB 17/1)