Prefeitura de Torres é obrigada a devolver verba de usina de reciclagem inacabada
2005-01-18
Uma usina de reciclagem de lixo que seria modelo no Litoral Norte e deveria estar em pleno funcionamento desde outubro passado se tornou uma dor de cabeça para a prefeitura de Torres. A União destinou recursos para o município e agora pede a devolução de mais de R$ 1 milhão por não ter havido prestação de contas. O Ministério Público investiga o caso. Enquanto isso, a prefeitura coloca por dia, durante o verão, 120 toneladas de lixo em um aterro sem permissão ambiental.
Em 2001, foi firmado um acordo entre o executivo municipal e o governo federal para construção da usina de reciclagem, no bairro Águas Claras, próximo à Estrada do Mar. O repasse para Torres foi de R$ 600 mil. Em contrapartida, a prefeitura investiu R$ 134 mil. Uma empresa foi contratada, e as obras foram iniciadas em 2002. Apesar do prazo para o término ter sido prorrogado algumas vezes, a usina deveria estar pronta em outubro. Na época, técnicos do Ministério do Meio Ambiente fizeram um levantamento da situação, constatando que a usina estava inacabada. A prefeitura também havia se comprometido a colocar somente até outubro o lixo do município no aterro sanitário, no bairro Campo Bonito. Essa era uma das condições do acordo com a União. Como as obras estavam paradas, o lixo continuou sendo depositado no aterro.
João Alberto Machado Cardoso, atual prefeito de Torres, diz - criamos um grupo de trabalho e fizemos um levantamento da situação. O resultado da auditoria deve ser divulgado nos próximos dias. Com isso, vou tentar obter do Ministério do Meio Ambiente a licença para operação. Vou investir no término da usina e trabalhar para não devolver a verba à União. (ZH, 35, CP/13)