Aracruz investe R$ 150 milhões na produção de celulose
2005-01-18
A Aracruz Celulose inicia em abril as obras na fábrica de Guaíba, para ampliação da produção de 400 mil para 430 mil toneladas anuais de celulose de eucalipto por ano, um investimento de R$ 150 milhões. - Serão gerados 500 empregos diretos e 1,5 mil postos de trabalho durante a fase de interligação da expansão, afirma Carlos Aguiar, diretor-presidente da Aracruz Celulose. Parte dos recursos serão disponibilizados pelo Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que ontem (17/1) entregou à empresa, através do governador Germano Rigotto, uma carta de crédito de R$ 50 milhões para investimentos fixos e em florestamento, com validade de um ano.
O objetivo da ampliação é atender exportação. Atualmente, a fábrica de Guaíba vende para mais de 50 países em três continentes, diz Aguiar. O tempo é curto, e portanto, a mão-de-obra para a ampliação já vai começar a ser treinada esta semana. Para isso, a empresa assinou com o governo do Estado um termo de compromisso para o lançamento de um programa de qualificação profissional de trabalhadores nas áreas de montagem eletromecânica e construção civil. Serão treinados 700 trabalhadores entre janeiro e março, sendo que a empresa investirá R$ 700 mil no programa, favorecendo a cadeia produtiva da madeira.
A Aracruz já desenvolveu os mesmos treinamentos no Espírito Santo e na Bahia. Naqueles locais foram investidos R$ 11 milhões, e capacitados 11,3 mil trabalhadores. No Rio Grande do Sul, explica Aguiar, os cursos estão sendo lançados em parceria com a prefeitura de Guaíba, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social, e estão divididos em oito turmas: cinco de montagem eletromecânica e três de construção civil. - Este programa busca assegurar a inserção dos pequenos e médios produtores na atividade silvicultural, desconcentrando o modelo atual e promovendo a distribuição de renda, explica Aguiar.
Ele lembra que o setor florestal é um dos mais dinâmicos do mundo, e o comércio internacional dos produtos deste segmento movimentam US$ 290 bilhões por ano. - Muitos países com menos condições do que o Brasil dominam o mercado, como é o caso do Canadá, com 20,5% do comércio, e Estados Unidos, com 11,6%, enquanto o Brasil participa apenas com 1,5%, afirma Aguiar.
O governador Germano Rigotto diz que além das obras de ampliação da unidade da Aracruz de Guaíba, em breve o Estado poderá comemorar uma nova unidade da empresa de produção de celulose. - Estamos confiantes de que a Aracruz vai escolher o Rio Grande do Sul para a nova unidade, pela nossa situação geográfica, mão-de-obra qualificada, e pelos investimentos que já tem no Estado, destaca. Segundo Aguiar, a empresa está estudando onde colocar a fábrica, que representa um investimento de R$ 1 bilhão. Por enquanto, as maiores chances são, além do Estado, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. (JC, 12)