Quem já teve a casa tomada pelas dunas contabiliza os prejuízos. Os que vêem a areia entrando pelas janelas e telhado clamam por ajuda. E os que acompanham a luta dos vizinhos para vender seus imóveis. O medo se justifica. Todos eles presenciaram a chegada dos cômoros sobre as residências de Cidreira e de Balneário Pinhal. A região tem o campo de dunas mais cultuado pelos ecologistas do Estado, por manter ligação com o mar. A solução do impasse depende de um acordo entre as prefeituras e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Os prefeitos argumentam que o órgão estadual impede a remoção da areia. A Fepam culpa as prefeituras, por não apresentarem um plano para o manejo dela. Eduardo da Silva, nove anos, mudou-se há um mês para um casebre erguido a 10 metros das dunas em Cidreira. Não entende de legislação ambiental nem sabe o nome do prefeito eleito. Mas percebe o risco. - Tenho medo que a minha casa suma. (ZH 16/1)