Proinfa ganha prazo, mas metas são mantidas
2005-01-17
Apesar da prorrogação do prazo determinado para a entrada em operação dos empreendimentos selecionados pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa), os investidores devem manter o seu cronograma inicial. O governo federal postergou de 30 dezembro de 2006, para 30 de dezembro de 2008, a data final para geração de energia dos projetos do programa.
O Proinfa determina que a Eletrobrás compre 3,3 mil MW (mais de 90% da demanda média do Rio Grande do Sul) provenientes de fontes renováveis como a biomassa, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHS) e parques eólicos. No Estado, os empreendimentos que tiveram o maior volume de energia e de investimentos assegurados foram os dos parques eólicos. Tanto a Enerfin do Brasil como a Elebras Projetos, empresas responsáveis pelos investimentos em energia eólica no Rio Grande do Sul, pretendem manter suas metas para viabilizar os parques até o final de 2006. - Nossa preocupação era de que com o aumento do prazo, não se pudesse comercializar a energia já ao final de 2006. Mas isso não deve acontecer, então se o empreendimento puder estar pronto em 2006, como é o planejado, ele já vai estar faturando. Não tem por que atrasar o processo - diz o diretor da Elebras Projetos, Roberto Jardim.
A empresa implementará um parque eólico, no município de Tramandaí, com capacidade para 70 MW e com investimentos estimados em R$ 250 milhões. Já a Enerfin do Brasil pretende instalar três parques eólicos de 50 MW cada, no município de Osório, aplicando recursos na ordem de R$ 652 milhões.
O presidente da Enerfin do Brasil, Telmo Magadan, concorda com Jardim que o ideal é manter os prazos. “Além do mais, com o crescimento econômico do País a demanda de energia aumentará rapidamente”, destaca Magadan. A empresa também pretende, com exceção de uma eventualidade, iniciar a operação de seus empreendimentos até dezembro de 2006.
O coordenador do grupo temático de energia da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Carlos Faria, argumenta que qualquer alongamento de prazo permite uma maior tranqüilidade aos investidores. Ele acredita que se os parques eólicos, que são empreendimentos mais complexos, vão manter seus cronogramas iniciais, as PCHs e as usinas de biomassa deverão manifestar a mesma intenção. Faria também relata que se os projetos de fontes alternativas demorarem um pouco para entrarem em operação, isso não irá gerar um problema de fornecimento de energia e riscos como racionamento ou apagões. - É uma fonte nova, que não tem uma participação muito grande ainda na matriz energética do País - ressalta Faria.